“De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte,
que encheu toda a casa em que se encontravam...”
(At 2,2)
É mais uma vez Pentecostes! E o Povo de Deus, reunido na presença do Ressuscitado, recebe o Espírito Santo. A celebração que encerra as festividades pascais é ao mesmo a abertura de um novo tempo: é hora de anunciar, gritar ao mundo inteiro a Boa Notícia do Reino pregada e vivida pelo Mestre Jesus. E se até então o medo nos fazia manter as portas trancadas, agora, o Espírito nos anima e nos provoca a sair...
Foi essa, sem dúvidas, a experiência de Pentecostes vivenciada nos Atos dos Apóstolos, na Igreja nascente: o Espírito como esse vento forte que ninguém segura foi conduzindo homens e mulheres para os mais diversos lugares. Dispensando dons, inspirando carismas, produzindo frutos foi congregando povos e nações! E a Boa Nova de Jesus foi de tal modo se espalhando, que cada povo, cada pessoa podia ouvir, em sua própria língua, palavras de vida eterna.
Não diferente aconteceu ao longo da história da Igreja: o Espírito, incessantemente, como fogo e luz, aqueceu e orientou a desafiante caminhada rumo à Nova Terra Prometida e, nos fez perceber muitas vezes, que já o caminhar tem gosto de leite e mel. Em tempos de escuridão e desvios, suscitou vozes proféticas, rebeldes, que insurgindo contra as estruturas que matam, gritaram com gestos, palavras e silêncios
Neste sentido, o Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja nos aponta: “O Espírito Santo é quem ‘unifica na comunhão e no ministério, e enriquece com diversos dons hierárquicos e carismáticos’ toda a Igreja através dos tempos, dando vida às instituições eclesiásticas, sendo como que a alma delas, e instilando nos corações dos fiéis aquele mesmo espírito de missão que animava o próprio Cristo. Por vezes precede visivelmente a ação apostólica, como também a acompanha e dirige de vários modos.” (Ad Gentes, n.4).
É mais uma vez Pentecostes! É tempo da graça! Kayrós! Oxalá a celebração dessa festa em nossas comunidades vá além de uma simples memória, mas que ao recordar, possamos também nós, nos abrir à ação desse vento incessante e o deixar soprar onde quiser... Ruah de Deus no meio de nós!
Bragança Paulista/SP