“Olha! Nós deixamos tudo e te seguimos” (MT 19, 27)
Segundo semestre: período de importantes escolhas, fatos e mudanças. E nós brasileiros sabemos muito bem o porquê disso. Na política, ocorrem as eleições. Na economia, a determinação de taxas de investimentos. Nos esportes, a decisão da Copa do Mundo e do Campeonato Brasileiro. Na religião, o início do Ano Litúrgico, o Natal...
Entretanto, mesmo sendo tão significantes, de maneira alguma, superam a maior de todas as decisões: O QUE SEREMOS? É o tempo dos vestibulares e das formaturas, do SIM e do NÃO, do IR ou FICAR, do BUSCAR ou do DESISTIR. É o momento de profundo DISCERNIMENTO.
Por isso, procuramos bases sólidas para melhor escolhermos o caminho a ser percorrido. Razões que nos garantam uma verdadeira realização. Mas será que isso é possível? Por mais que a ciência tenha evoluído, será que conseguimos prever nossa vida de modo tão exato e seguro?
Não! Toda escolha possui seus riscos. Somos seres humanos, em constante construção, imperfeitos. A dialética existencial que nos constitui, o vir-a-ser, ser e não-ser, sempre suscita em nosso coração a dúvida, a angústia e o medo. E, querendo ou não, precisamos tomar uma atitude.
Muitos fogem da realidade. Outros preferem deixar de lado seus ideais a troco de uma situação mais confortável, estável e menos desafiante. Porém, há aqueles que se decidem a iniciar um projeto de vida autêntico, que não olham para o “querer ter” e sim para o “querer ser”, que buscam uma realização mais plena possível.
Nessas horas, vale a pena ser cristão, acreditar em um Deus , que “está conosco” (Salmo 46, 12). Se Jesus é a plenitude da revelação de Deus a nós, segui-lo é caminhar em direção a essa plenitude e dela participar. Portanto, a todos aqueles que se sentem chamados ao seguimento do Cristo, ainda mais especificamente na vida religiosa ou no sacerdócio, “não tenham medo!” (Mt 10, 31), pois a vocação é
“um arriscar-se nas mãos de Deus”.
Antes arriscar em Deus do que fora Dele. De qualquer forma, como religiosos ou leigos, padres ou pais de família, estar em Deus nos é o necessário, pois quem o segue “não caminha nas trevas, mas possui a luz da vida” (Jo 8,12), vida esta, que é a primeira dentre todas as vocações.
Seguir a Cristo é tomar a sua cruz. Cruz que simboliza o projeto de vida cristão autêntico, ciente das alegrias e das dificuldades, da calmaria e da tempestade dos mares da vida, que nos realize particularmente e que também leve os outros a se realizarem, que edifique o Reino e Reinado de Deus entre nós. Na vida religiosa ou não, as palavras de Jesus são as mesmas “quem não toma a sua cruz é não me segue, não é digno de mim” (Mt 10, 38).
Que a nossa vocação, seja também um chamado à santidade. Como nos diz o Papa Paulo VI na Evangelli nuntiandi: “Será, pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido de fidelidade ao Senhor Jesus, de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade”.
A vocação é um chamado. Chamado à vida, chamado ao seguimento de Jesus, chamado à santidade. Seja ela qual for. “Os santos são como pequenos espelhos nos quais Jesus Cristo se contempla [...] Nem todos os santos começaram bem, mas acabaram bem” (São João Maria Vianney). Cabe a nós descobrirmos e assumirmos nossa vocação. Buscarmos a nossa realização, tornarmo-nos santos.
Coragem! Vamos OUVIR, DECIDIR e SEGUIR!
Leandro Aparecido Rossetto Alves
Belo Horizonte/MG