sábado, 26 de junho de 2010

ORDENAÇÃO DIACONAL de FREI HAROLDO


>>>Dia 26 de junho, na Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida pela imposição das mãos e oração consecratória de Dom Tarcísio, foi ordenado diácono para o serviço da Igreja, nosso querido irmão
Frei Haroldo Moreira,osa.

>>>Como vemos na Lumen Gentium: Assim, confortados com a graça sacramental, servem o Povo de Deus" (LG 29). O vosso ministério é "diaconia da Igreja junto das comunidades cristãs locais, e sinal ou sacramento do próprio Cristo Senhor, que não veio para ser servido, mas para servir" (Paulo VI, Ad Pascendum, Introdução)

Justamente Santo Inácio de Antioquia afirma que os diáconos são "ministros dos mistérios de Jesus Cristo... ministros da Igreja de Deus
(S. Inácio de Antioquia, Ad Trallianos, lI,3).
>>>O Concilio Vaticano II também explica que a graça sacramental conferida através da imposição das mãos os torna capazes de prestar o seu serviço da palavra, do altar e da caridade com especial eficácia
(cf. Ad Gentes, 16).

>>>Portanto, você Frei Haroldo, você será ordenados para o Serviço da Palavra de Deus. Isso significa que tudo o que se refere à pregação do Evangelho, à catequese, à difusão da Bíblia e sua explicação ao povo será missão tua.

*NÓS DESEJAMOS A VOCÊ NESSE NOVO MINISTÉRIO, QUE CONTINUES SUA CAMINHADA COM A LUZ E A GRAÇA DE DEUS, SOB A INTERCESSÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA - A SENHORA DA CONSOLAÇÃO E CORREIA. FELICIDADES!*

sexta-feira, 25 de junho de 2010

A VIDA FELIZ - Parte I

>>>Aurelius Augustinus, hoje Santo Agostinho, nasceu no norte da África, em Tagaste, em 354. Filho de pai pagão e mãe cristã; estuda inicialmente em sua cidade natal, depois parte para Cartago aos 17 anos, onde prossegue seus estudos. Retorna aos 20 para Tagaste, na qual atuará como professor. Depois direciona-se a Roma, a contragosto de sua mãe Mônica, e de lá segue para Milão.
>>>Em Milão receberá a cátedra de retórica da casa imperial, e trabalhará como professor de retórica. Nessa mesma cidade conhecerá Santo Ambrósio, que o admitirá a fé cristã-católica a partir da administração do batismo, no ano de 387.

>>>Santo Agostinho viveu um processo de emancipação, por isso alguns de seus escritos propõem-se a combater heresias, que outrora fora adepto, seja a maniqueísta, que percebia uma dualidade entre o bem e o mal, admitindo-os como duas naturezas; seja o ceticismo, que não acreditava que se pudesse conhecer com certeza as coisas; e a defender o cristianismo a partir de uma perspectiva filosófica.
>>>A questão da felicidade, ou seja, a beatitude, perpassa Agostinho durante toda a sua vida, essa dimensão é percebida mesmo em sua tão famosa frase
“Fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração,
enquanto não repousa em ti” (Confissões, Livro I, 1).

>>>Após seu processo de aceitação da fé católica, ainda antes de seu batismo, no seu aniversário de 32 anos, em 13 de novembro de 386, reúne alguns amigos para as comemorações de seu natalício, que durará três dias, o que propiciará colóquios que gerarão certas obras, dentre elas A Vida Feliz, sobre a questão da felicidade.

>>>Estavam reunidos Agostinho, sua mãe Mônica, seu filho Adeodato, Alípio seu amigo, Licêncio e Trigésio seus concidadãos e discípulos, Navígio seu irmão, Lastidiano e Rústico seus primos, numa chácara cedida por um amigo chamado Verecundo, em Cassicíaco – vila próxima a Milão.

>>>O nono livro das Confissões é cita esse momento, e mostra a reflexão de Agostinho sobre Verecundo, que ainda não era cristão, mas que lhe oferecera generosamente sua propriedade pelo tempo que fosse desejado, segundo palavras do próprio santo. Agostinho se refere a sua estada em Cassicíaco como um repouso em Deus, longe do fervilhar do mundo.

>>>Para os filósofos antigos a felicidade consistiria na posse do “bem supremo”, que seria o desenvolvimento das aptidões que diferenciam os homens das demais coisas. Já para Agostinho, em A Vida Feliz, o conceito de felicidade seria o conhecimento pleno de Deus.

>>>Por isso, ele e os seus reunidos na sala de banhos da chácara de Verecundo, onde a temperatura seria agradável para o tempo que se fazia naquele outono, dissertaram sobre a felicidade; desde se quem possui o que quer é feliz, sobre a posse de Deus, sobre quem possui a Deus, sobre a possibilidade de os acadêmicos (céticos) serem felizes, à felicidade como plenitude espiritual.
>>>>>>>>Continua...


*
Luis Hernandes Matos Leite
Belo Horizonte/MG

A Pausa de Um Recomeço

>>>Muitas das vezes, na correria do dia a dia não nos permitimos fazer o que é de essencial à natureza humana: parar. O parar envolve toda a preparação própria da liturgia, mas que se aplica à vida. Porque quando uso a capacidade de me perceber, perceber minhas limitações, minhas dificuldades, meus anseios e tudo o que devo mudar, me preparando para estar com o outro, me encontro mais disponível para servir a Deus. E esse é o sentido da liturgia, liturgia de vida! Pois, quando sou capaz de ultrapassar o meu eu e encontrar o eu do outro, nasce assim uma relação marcada pela presença de Deus.>>>A aproximação das férias envolve preparativos para viagens, passeios, visitas, tudo que seja capaz de fugir da ordem cotidiana com a qual estávamos acostumados, mas nos esquecemos de visitar nosso interior... e no momento do recomeço, nos deparamos com o caos e com a incapacidade de retomarmos ao habitual. A falta da pausa de um recomeço!


>>>Lembro-me dos tempos em que meu avô no cair da tarde sentava-se à beira da linha de ferro esperando o momento do trem passar. Uns perguntavam: “o que está fazendo sô Preto!” “Dando uma pausa”, respondia. Era a pausa do dia, a pausa antes de uma noite de sono, o preparo para um recomeço. E é o que falta nos dias de hoje, somos incapazes de perceber nossa vida, nosso eu. A certeza daquilo que realmente quero, da verdade que procuro, está na pausa. Na capacidade e coragem de pensar a vida, encarar a vida, dialogar com vida, recomeçar a vida...

>>>Quando percebo minha vida conturbada, sem sentido, em crise, lembro-me do meu avô e paro. Não para ver a vida passar. Mas para dar sentido a ela, parar e mudar o necessário; isso chamo a pausa de um recomeço!


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Francis Armando

Belo Horizonte/MG