É chegado o tempo de conversão! Com esse imperativo partilho este tempo de profundidade, em que somos TODOS convidados para uma maior análise interior, a exemplo do nosso grande pai Agostinho, que relata em suas Confissões a sua busca do criador. Eis que ele buscava a Deus fora, e dentro o criador se encontrava, lá no mais íntimo de seu íntimo, que Agostinho mesmo desconhecia.
Esta beleza tão antiga e tão nova; este Deus atemporal que nunca muda, e não mudando acompanha as nossas mudanças, nossa volatilidade. Fragilidade de nossa condição de humanos, fragilidade não esquecida, mas vivenciada pelo próprio Jesus, em sua peregrinação terrestre. As vivências de Jesus são repletas de significados e sinais da ação transformadora do espírito santo. Ele, que é todo Deus e todo Homem, era capaz de enxergar com profundidade a humanidade de cada ser, de cada homem e mulher.
Homem sensível que se compadecia das dores alheias, que chorava com os dramas vividos pelas pessoas, se alegrava com as manifestações gozosas das mesmas. Homem de profundidade; humanidade e simplicidade, desejáveis de serem seguidas, as mesmas qualidades são sinais, pontos de referências para nossa viagem que percorreremos neste tempo de quaresma, que deve dar início em nosso próprio interior desbravando muitas estradas jamais transitadas, para a partir de então nos lançarmos ao mundo, aos outros numa descoberta social, advinda do outro.
Conhecer com profundidade as maravilhas da criação divina, nossa mãe Terra que insistimos tanto em maltratar, mãe que acolhe, que exorta e que pede ajuda em seu sofrimento, que sofre calada enquanto a maltratamos, mas que não omite a dor sentida.. Neste tempo de revisão e transformação interior, que nós possamos juntos também testemunhar, com provas concretas, que a nossa conversão é verdadeira, cheia de significados e cuidados com o que é sagrado. Com o que nos foi dado gratuitamente, a terra e os irmãos.
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Paulo Henrique Cintra
Belo Horizonte/MG
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