segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DO DISCIPULADO À MISSÃO, DA MISSÃO AO DISCIPULADO


Como é costume, a Igreja no Brasil dedica o mês de setembro e outubro, respectivamente à Bíblia e à missão. Todo tempo é tempo da Palavra de Deus e de missão. Mas, neste tempo somos chamados a renovar nossos propósitos de discípulos e missionários.

A íntima relação entre a Bíblia e a missão nasce da relação do encontro do discípulo com o Mestre. João no seu evangelho apresenta Jesus como o Mestre e Senhor ao dizer: “Vós me chamais de Mestre e Senhor; dizeis bem, porque sou” (Jo 13, 13). O lugar privilegiado de encontro com este Mestre e Senhor é a Bíblia. O missionário não anuncia outra coisa senão o Mestre, disto nasce a necessidade de estabelecer um relacionamento estreito com o Mestre, para podermos conhecer quem anunciamos.

Como está nossa relação com o Mestre? Quando tempo dedico para me encontrar com ele? Isso é de suma importância, pois disto depende o conteúdo da missão. Ser missionário é anunciar Aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6) para que todos tenham vida e vida em abundância (Cf Jo 10, 10), em todas as suas formas e diretos.

Diante disto pode surgir a pergunta: como me encontrar com o Mestre? A Eucaristia é o lugar primordial de encontro com Cristo. Mas, quero falar daquele lugar privilegiado que mencionei acima: a Palavra de Deus. Para isso, partilho uma forma de encontro muito utilizada pelos monges, a Leitura Orante (lectio divina), que é simples e fácil. Acompanhemos:


Assim, passo a passo vou conhecendo aquele quem anuncio e tornando a minha própria vida um anúncio. Podemos acrescentar um quinto passo. Um imperativo: “Ide por todo mundo, proclamai a Boa Notícia a toda criatura” (Mc 16, 15), ou seja, ide e anunciai o Cristo, anunciai a Vida.

O discípulo missionário deve ser um homem do silêncio, disposto ao diálogo. É no silencio que aprendemos a escutar a Deus e ao outro. Ser disposto a sair de si, para se doar. O diálogo é imprescindível na missão, pois sem ele não estabelecemos relações e não nos abrimos à dinâmica do discipulado. Sempre temos algo para apreender.

Portanto, exercitemos e cultivemos a experiência com o Mestre por meio da Palavra, a qual nos impele a uma missão, construída sobre o discipulado. Que não seja apenas nestes meses, pois a missão só terminará quando todos tiverem vida e vida em abundância. Enquanto houver injustiça, violência e qualquer atentado contra a vida o anúncio deste Mestre e Senhor tem que continuar. Pois a opção deste Mestre é pelos pobres, e por ser opção do Mestre torna-se opção do discípulo missionário.




Frei Samuel Marques
Diadema/SP


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