segunda-feira, 7 de outubro de 2013

ENTREVISTA ON-LINE - THÚLIO


Thúlio Luis Ferreira é natural de Santo Antônio do Monte, “cidade dos fogos de artifício”, estado de Minas Gerais. Neste ano nosso irmão está vivenciando a etapa do Noviciado na cidade de Bragança Paulista – SP, já tendo concluído o curso de Filosofia em Belo Horizonte. Thúlio celebrou seu aniversário no dia 4 de outubro, mas nunca é tarde para desejarmos nossas felicitações a ele e render graças à Deus por mais um ano de sua vida. Parabéns!

1 – Como você conheceu os Agostinianos?
Conheci os agostinianos por meio de um amigo-irmão, hoje pré-noviço, Alexandre Castro. Depois tive contato com mais outros três irmãos: Rodrigo, Cristiano e Diego, e posteriormente com Frei Márcio. Sou grato por tê-los conhecido.

2 – Na releitura do pensamento e as linhas de Agostinho, que aspectos da espiritualidade agostiniana podem ser aplicados para evangelização nesses tempos?
Certamente um dos grandes méritos desse homem-santo é a descoberta da metafísica da interioridade como veículo de encontro com Deus, isto é, um recolher-se àquela presença sempre presente que é eu interior imanente para o alcance do repouso ao Outro Absoluto transcendente, morada da Verdade. Numa civilização da imagem, do “homem exterior” que prima pelas artificialidades, aparências e, por conseguinte superficialidades e inverdades, o desafiante convite de visitar o “homem interior” e com isso se encontrar com o Deus “mais interior do que o íntimo de mim mesmo e mais sublime do que o mais sublime de mim mesmo” (Conf., III, VI, 11) é imperioso e imperativo para quem decide viver uma existência autêntica e profunda consigo mesmo e com Deus. Sendo assim, a conversão ao “interior” como lugar privilegiado do encontro com o “superior” que é o próprio Deus, assume um caráter metodológico espiritual e místico sem divorciar da razão: “E porque a Verdade não é qualquer categoria abstrata, mas uma presença atuante no mais íntimo da mente – no reduto último do ‘cogito’ – ela é transcendente como Existência absoluta, é Deus”. (VAZ, Henrique Cláudio Lima. Ontologia e História. São Paulo: Duas Cidades, 1968, p. 104.).
Além do mais, outro valor agostiniano de considerada expressão no Vicariato da Consolação é a humanização. Os religiosos e formandos são chamados a comunicarem em todas as suas relações, e de diversas ordens, pressupostos de um mesmo axioma: “quanto mais humanos, mais divinos”.

3 – Outubro, mês das missões! Partilhe conosco uma experiência de missão que marcou sua vida vocacional.
Falei anteriormente de uma jornada interior, agora trato de uma recente jornada-missão, de cunho exterior, a São Félix do Araguaia. Foi uma bela experiência com as múltiplas belezas daquele lugar: culturais, humanas, eclesiológicas, pastorais, antropológicas, etc.
Enfatizo ainda o convívio com Dom Pedro Casaldáliga, um homem de paixão existencial pelo Reino. Sua simplicidade, fervor místico e responsabilidade com o povo é um efetivo e afetivo testemunho de amor a Deus e a Igreja. 
Por fim, acredito que a vida religiosa consagrada tem por atitude ulterior a decisão de sempre ir ao encontro, sobretudo dos sofredores e pobres, sendo, pois uma presença ativa nas “periferias existenciais”, nos lugares de fronteira. Assumindo com coragem e confiança em Deus as mesmas causas de Jesus.

4 – Quais são seus sonhos para o futuro?
Mesmo que sendo redundante, meu sonho é ser arauto de utopias, é ser voz de esperança, ser olhos de acolhida, ser mãos de trabalho, ser coração de amor, ser cabeça de diálogo. Enfim, em tempos que carece de “ser”, meu sonho é ser-com, ser-para, ser-em.

Que Deus nos ajude a seguir firmes e confiantes no seu Reino que é e ainda não, porque depende do nosso ser-compromisso.










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